Caim hoje!
Certa vez, numa dessas mensagens conscientes de que Cristo é a chave hermenêutica para a interpretação das escrituras, a pessoa disse: “A única coisa que eu tenho para oferecer a Deus é o meu pecado” se referindo à consciência de Abel de que nada havia em si que pudesse agradar a Deus, a não ser se reconhecer injusto e saber que apenas sangue inocente poderia lhe tornar justo. Consciência essa demonstrada ao levar das primícias do seu rebanho como oferta. E Deus se agradou da oferta de Abel.
Considerar Cristo a chave hermenêutica é de maravilhar qualquer um que se preste a entender isso. Tudo fica claro e lindo. Passa-se a vê-lO em tudo. Por outro lado muita coisa morre, principalmente aquilo que chamamos de Cristo mas que na verdade é apenas construção, tradição, ritual, religião, barganha e que, infelizmente, é lugar seguro para muita gente. Barganha com Deus! Meu Deus, quanta barganha se faz! Para esses o Evangelho é bem limitado, só vai até onde suas percepções alcançam. E quando vêem Cristo andando sobre as águas dizem: "É um fantasma!" Afinal, pensam eles, ele deveria se aproximar num barquinho que deixamos lá!
É edificante perceber o erro de Caim HOJE e fugir dele, mas é triste saber que muitos não percebem e nem querem perceber, afinal esse engano é a pedra sobre a qual muitos constroem suas vidas. O erro de Caim é todo o alicerce da religião. De todas as religiões. Basta ver com que espírito muitos chegam HOJE com suas ofertas diante de Deus. Se com a consciência de Abel ou com a pretensão de Caim, que teve a sua oferta rejeitada não por não ter levado das primícias da sua plantação, certamente levou, era agricultor e era uma oferta! O que foi rejeitado em Caim foi a presunção de achar que agradaria a Deus com o resultado do seu trabalho. É simples ver que o que habitava Caim criou nele a expectativa de reconhecimento e aceitação, tanto que seu semblante caiu quando suas expectativas foram frustradas.
“...olha ali, quem tá pedindo aprovação!
não sabe nem pra onde ir
se alguém não aponta a direção
periga nunca se encontrar
será que ele vai perceber
que foge sempre do lugar
deixando o ódio se esconder...” (Los Hermanos)
Não aceitou a graça e matou quem foi aceito pela graça. Eis o erro de Caim. Ainda hoje é assim.
Ouço muito que temos que fazer sacrifícios para Deus. E aí tem sacrifício para todos os gostos: Sacrifício vivo (ai a pessoa entende que não precisa morrer!), ofertas de sacrifício (para quem tem mais dinheiro!), sacrifício de louvor (para quem gosta de adorar cantando!). Mas olhando para o que Cristo fez, vejo que o sacrifício que Deus quer e aceita é o ÚNICO POSSÍVEL! E que é pré-histórico porque foi oferecido antes de haver história. No qual reconheço que o melhor de mim ainda é nada, que não sou justo e só o sangue de um justo, sem erro e inocente pode me tornar justificado.
Apesar de não conhecer Cristo historicamente, Abel sabia que era assim. Hoje, porém, talvez Abel dissesse algo como:
Pai, não tenho nada para te oferecer a não ser o meu pecado. Já não trago mais sangue de cordeiros do meu rebanho, ao invés disso apenas creio no sacrifício que partiu de ti em meu favor. O sangue que te ofereço é o do teu Cordeiro, e te agradeço por ele.
E Caim? Como seria hoje? Simples, basta ver o semblante caído de alguns depois de suas ofertas rejeitadas ou então ver suas atitudes massacrando quem é aceito pela graça que aceita de graça.
hugo
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