quarta-feira, 19 de março de 2008

O amor mesmo

Penso em como não conseguimos entender o que o amor é. Principalmente quando dizemos acreditar em Cristo como manifestação maior desse amor. Não! Nós não entendemos. Nossa linguagem sequer consegue dizer tudo! Uns sabem disso, outros ainda não.

Não sendo o amor egoísta nem buscando os seus próprios interesses, há de se admitir que ele não exija retorno. Como diz Kiekergaard, uma obra de amor é "sincera na abnegação". Como dizemos então crer no amor de um deus por nós se cremos que ele exige a retribuição desse amor? E ainda nos castiga caso não venhamos a retribuir?

Aqui, nesse exato ponto, surge a seguinte discussão: se o amor de Deus não exige retribuição então Ele perdoa a todos, todos serão salvos e não há condenação para ninguém.

Ora, essa é só mais uma perversão fruto de uma mente que não se vê amada e que só aprende do/no Evangelho sobre quem não herdará o Reino. Discussão inútil! Quem se enxerga alcançado pelo amor absoluto do Deus absoluto não se acha preocupado com questões como essas que, apesar de discutirem salvação iniciam do medo da condenação, e principalmente do juízo com o próximo dando conta da condenação alheia!

Mas ainda sobre o amor que exige retribuição, qual é esse? Pois o amor mesmo é absoluto mas o amor que exige retribuição não. Simples, esse é o nosso "amor"! Corruptível e relativo. O único sobre o qual sabemos tudo, pois sendo nos também corruptíveis e relativos não temos como entender o que é incorruptível e absoluto.

Esse "amor" é a nossa relação com o próximo, pervertida pelo egoísmo e que projetamos em Deus. É com essa perversão que nos relacionamos com as pessoas e pensamos ser dessa forma que Deus se relaciona conosco. Assim adoecemos! Esse deus nos adoece e a crença nele não gera quietude nem mansidão. O fardo dele é pesado. É um fardo que só se carrega pelo medo do castigo. Esse é o deus da religião, que só se segue por medo.

Há quem conduza suas ovelhas para esse pasto. Em suas pregações usam de artifícios psicológicos descarados e as vezes sutis, suscitando questionamentos sempre calçados no medo e sempre pervertida-mente fundamentados na bíblia.

Certamente não são apascentadores de ovelhas pois esse pasto só gera dor de barriga, indigestão e os pesadelos decorrentes.

Mas Deus é amor e no amor não existe medo, antes o perfeito amor lança fora o medo. O medo supõe castigo, logo aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Assim diz o discípulo a quem Jesus amava e que certamente não O seguia por medo!



hugo


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