segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A garantia do absurdo!

A Igreja não era feita por aqueles que aderiam a alguma doutrina.
Nem pelos que declaravam lealdade a um estatuto!
Nem pelos que faziam a confissão de fé que estava escrita no papel!
Nem pelos que assumiam um pacto com uma regra de fé e prática.
E nem mesmo pelos que ouviam a Boa-Nova!
A Igreja não era o a priori. Não era a primeira coisa à partir da qual as pessoas viriam a crer.
A Igreja era o a posteriori, um segundo momento, formada por aqueles que já haviam crido.
A Igreja não era para alguma coisa acontecer e sim porque alguma coisa já havia acontecido.
Isso que existe hoje, onde a pessoa vai para se tornar algo, não era o que existia antes.
A Igreja não era formada pelos que ouviam.
A Igreja era formada pelos que criam. E pelos que criam na Boa-Nova!
Talvez por isso a Boa-Nova seja loucura e completo absurdo: Cristo crucificado!
Não fosse assim a verdade seria a nossa fala. E ai não seria preciso crer, bastaria escutar.
E o homem seria justificado pelos ouvidos! E a igreja seria a comunidade dos que ouvem, ou dos que aderem à fala!
A loucura e o absurdo da cruz anulam o mérito da fala, tiram a possibilidade do convencimento por argumentos e são a garantia de que o ouvinte ficará com a Verdade e não com a fala sobre a Verdade!
A Igreja não surge de Pedro, mas da experiência individual e intransferível que declara o que Pedro declarou: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!"
Não fosse assim Paulo teria oferecido a tal panacéia intelectual solicitada pelos gregos, mas tudo o que ele pregava era Cristo crucificado, completo absurdo!

"...o problema é que o mundo se convenceu que é cristão" (Kierkegaard)

no Caminho,

hugo


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