Ninguééééééééém
Ao longo da história muitas são as sistematizações acerca de Deus (Deus tem sido pensado!), mas um só é o critério que é condição-sem-a-qual uma relação com o divino não pode existir. Critério produzido naturalmente pela mente dicotomizada: Moral, conhecimento-do-bem-e-do-mal. Deus se relaciona com uns e rejeita outros usando o critério moral como base da relação.
A elaboração desse pensamento sobre Deus foi identificado por C.S.Lewis como sendo o 3º estágio no processo de desenvolvimento religioso. É "...quando o Poder Numinoso em relação ao qual sentem reverência se torna o guardião da moral que consideram obrigatória."¹
Em outras palavras, é a mente humana atribuindo à sua relação com o sagrado o mesmo critério que atribui às suas relações com os homens no chão da terra.
O termo usado por Caio Fábio para isso é "Teologia moral de causa e efeito". A teologia do homem é "moral-de-causa-e-efeito porque a moral é base da relação com Deus. É o posicionamento do homem diante das opções BEM/MAL que determina recompensa ou castigo da parte de Deus: recompensa para os bons e castigo para os maus.
Num tempo primitivo, um pensamento mágico fez de Deus aquele que fazia chover e parar de chover de acordo com o que se oferecia a ele: dança, música, comida, sangue. E os bons eram os que ofereciam. Noutro tempo um pensamento medieval apenas adaptou essa mentalidade da troca (toma lá, dá cá) aos moldes da estrutura político-social-econômica-religiosa da época. Como Deus tinha um representante na terra (a igreja) era ela quem determinava o que Deus gostava... e ele já não gostava de rituais de chuva! Indulgência era o lance. E os bons eram os que pagavam por ela. Hoje o ritual da chuva/indulgência é, entre outras coisas, dízimo!
Enfim, esse é o deus que tem sido pensado.
O mesmo deus: o deus moral.
E por um apelo ao nome Jesus "esse moralismo pensa estar apto a ser chamado de cristão."²
Cristo não cabe nisso...graças a Deus.
Quiseram achar que sim e perguntaram a Ele: Senhor, quem pecou para que este homem nascesse cego? Ao que Ele respondeu: Ninguééééééééééééééémmmm!
nEle,
hugo
¹ C.S Lewis, em O problema do sofrimento
² Emill Brunner em Teologia da Crise
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