terça-feira, 15 de março de 2011

Os dois silêncios

Diante da tragédia existem dois silêncios com relação a Deus: o que não tem respostas e o que não tem perguntas.

O primeiro pergunta sobre a morte: Porque morremos?

Curioso é que ele não pergunta sobre a vida. Se assim fizesse, a sua tristeza pelo rapaz de 21 anos que morreu indo para o trabalho teria a mesma intensidade da sua alegria pelo que foi e voltou vivo! Ou então a sua tristeza pelo que contraiu HIV teria a mesma intensidade da sua alegria pelo que se entregou à devassidão e não contraiu nada. E haveria questões sobre a vida e sobre a morte. No entanto ele só tem perguntas sobre a morte!

A única pergunta válida dirigida a Deus é aquela feita por quem foi acometido pela contradição suprema (morrer de amor): Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?

Não parece ser o caso das nossas perguntas!

A garotinha de cinco anos foi morta. Muitas perguntas cabem e precisam ser feitas. Nenhuma delas diz respeito a Deus.

O Cristo não tem questões teológicas sobre a tragédia.

Quando lhe perguntam: porque este é cego? Ele diz sem responder: cegos são vocês que dizem enxergar!

Quando lhe perguntam: porque aqueles morreram? Ele diz sem responder: morrendo estão vocês que dizem viver!

E quando lamentam por Ele, ouvem-no dizer: Não chorem por mim. Chorem por vocês mesmas!

O silêncio que não tem resposta de Deus se ocupa perguntando.

O silêncio que não tem perguntas a Deus se enxerga e vai à Nigéria (por exemplo).

O silêncio da falta de perguntas faz tudo, pois lhe resta tudo.

O que se pode fazer com o silêncio da falta de respostas?

No Caminho...sem perguntas a Ele,

hugo
01/02/10
10:13


5 comentários:

Ivo Fernandes 1 de fevereiro de 2010 às 14:27  

Mano, excelente texto,

mas pergunto: A questão de Jesus, foi por você justificada, e dos outros explicada, ou foi só uma impressão minha equivocada sobre seu texto?

Penso que todas as perguntas cabem a Deus quando feitas por um coração que crer mesmo contra a esperança.

E quero fazer um jantarzinho para comemorar o baby, que tal?

Hugo Lucena Theophilo 1 de fevereiro de 2010 às 20:02  

Só não entendi a pergunta mah. A questão de Jesus foi justificada? E a questão dos outros explicada? Explica o que significa isso. E sobre o jantar depende...É tu que vai cozinhar? rsrsrsrs... Mas falando sério, acho massa, mas não quero lhe dar trabalho. E explica ai a tua pergunta pq eu não entendi nada mesmo.

Abração

Ivo Fernandes 2 de fevereiro de 2010 às 09:51  

Mano, no texto vc afirma que as pessoas pergutam pela morte-tragédia e não pela vida
mas a pergunta de Jesus não encaixou nisso. Porque? Será que a pergunta de Jesus não era uma pergunta humana tbm diante da tragédia?

Hugo Lucena Theophilo 2 de fevereiro de 2010 às 14:23  
Este comentário foi removido pelo autor.
Hugo Lucena Theophilo 2 de fevereiro de 2010 às 14:26  

Justo. A pergunta de Jesus é humana, dirigida a Deus e tem cabimento: Ele é vítima da contradição trágica.
Penso que o caso dele não seja o mesmo dos outros citados no texto...a julgar por sua atitude diante daquelas perguntas.
Elas também são humanas (claro)...só não têm cabimento quando dirigidas a Deus.
Nós é que elevamos as nossas perdas ao nível da tragédia que pergunta "Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?"

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