Os dois silêncios
Diante da tragédia existem dois silêncios com relação a Deus: o que não tem respostas e o que não tem perguntas.
O primeiro pergunta sobre a morte: Porque morremos?
Curioso é que ele não pergunta sobre a vida. Se assim fizesse, a sua tristeza pelo rapaz de 21 anos que morreu indo para o trabalho teria a mesma intensidade da sua alegria pelo que foi e voltou vivo! Ou então a sua tristeza pelo que contraiu HIV teria a mesma intensidade da sua alegria pelo que se entregou à devassidão e não contraiu nada. E haveria questões sobre a vida e sobre a morte. No entanto ele só tem perguntas sobre a morte!
A única pergunta válida dirigida a Deus é aquela feita por quem foi acometido pela contradição suprema (morrer de amor): Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?
Não parece ser o caso das nossas perguntas!
A garotinha de cinco anos foi morta. Muitas perguntas cabem e precisam ser feitas. Nenhuma delas diz respeito a Deus.
O Cristo não tem questões teológicas sobre a tragédia.
Quando lhe perguntam: porque este é cego? Ele diz sem responder: cegos são vocês que dizem enxergar!
Quando lhe perguntam: porque aqueles morreram? Ele diz sem responder: morrendo estão vocês que dizem viver!
E quando lamentam por Ele, ouvem-no dizer: Não chorem por mim. Chorem por vocês mesmas!
O silêncio que não tem resposta de Deus se ocupa perguntando.
O silêncio que não tem perguntas a Deus se enxerga e vai à Nigéria (por exemplo).
O silêncio da falta de perguntas faz tudo, pois lhe resta tudo.
O que se pode fazer com o silêncio da falta de respostas?
No Caminho...sem perguntas a Ele,
hugo
01/02/10
10:13
Tweet
5 comentários:
Mano, excelente texto,
mas pergunto: A questão de Jesus, foi por você justificada, e dos outros explicada, ou foi só uma impressão minha equivocada sobre seu texto?
Penso que todas as perguntas cabem a Deus quando feitas por um coração que crer mesmo contra a esperança.
E quero fazer um jantarzinho para comemorar o baby, que tal?
Só não entendi a pergunta mah. A questão de Jesus foi justificada? E a questão dos outros explicada? Explica o que significa isso. E sobre o jantar depende...É tu que vai cozinhar? rsrsrsrs... Mas falando sério, acho massa, mas não quero lhe dar trabalho. E explica ai a tua pergunta pq eu não entendi nada mesmo.
Abração
Mano, no texto vc afirma que as pessoas pergutam pela morte-tragédia e não pela vida
mas a pergunta de Jesus não encaixou nisso. Porque? Será que a pergunta de Jesus não era uma pergunta humana tbm diante da tragédia?
Justo. A pergunta de Jesus é humana, dirigida a Deus e tem cabimento: Ele é vítima da contradição trágica.
Penso que o caso dele não seja o mesmo dos outros citados no texto...a julgar por sua atitude diante daquelas perguntas.
Elas também são humanas (claro)...só não têm cabimento quando dirigidas a Deus.
Nós é que elevamos as nossas perdas ao nível da tragédia que pergunta "Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?"
Postar um comentário