quarta-feira, 5 de maio de 2010

Onde está o parâmetro para o valor de uma vida?

Eu penso que não podemos formar opiniões sobre pena de morte (por exemplo) desconsiderando algumas percepções (como essa logo abaixo)
E como nós somos rápidos em formar opiniões, nenão? Rápidos e levianos.
Repassem ai para todos que precisam ter suas opiniões revistas.

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A idéia de eliminar uma vida que perdeu sua utilidade social nasce da fraqueza, não do vigor.
Essa idéia, porém, parte sobretudo da premissa errada de que a vida consistiria tão-somente de sua utilidade social. Ignora-se, aqui, que a vida criada e preservada por Deus tem um direito inerente, de todo independente de sua utilidade social. O direito à vida está na existência, não em quaisquer valores. Diante de Deus não há vida que não valha a pena ser vivida, pois Deus valoriza a vida em si. O fato de Deus ser o criador, preservador e redentor da vida torna a mais mísera existência digna de ser vivida diante de Deus. O pobre Lázaro, o leproso...essa vítima daqueles que julgam a vida pela sua utilidade, é considerado digno da vida eterna por Deus. Onde, senão em Deus, poderia estar o parâmetro para o valor último de uma vida? No julgamento da comunidade? Nesse caso, bem logo se evidenciaria que o juizo sobre a vida socialmente útil ou inútil estaria sujeito às necessidades do momento e com isso à arbitrariedade, e que a sentença de morte atingiria ora esse, ora aquele grupo. A distinção entre vida digna ou indigna de ser vivida cedo ou tarde destrói a própria vida.

Bonhoeffer em Ética
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No fim das contas a diferença entre fazer distinção e matar é insignificante.
"A fraternidade é uma comunidade indistinta" - Alexandre Carneiro
Se não há fraternidade é porque ainda fazemos distinções!

hugo


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