Tratados guitarrísticos e arpejos teológicos
Eu já fui chegado a performances acrobáticas na música e na religião. As muitas notas de Steve Vai já me seduziram; o muito falar dos sacerdotes também (apesar de menos).
Mas cansei de ambos. Talvez tenha cansado tentando alcança-los sem conseguir, é verdade. Mas talvez até conseguisse...pelo menos estava a caminho.
Passei a identificar que os fraseados eram formados de padrões e clichês repetidos à exaustão. E percebi que repetir padrões e clichês é a melhor maneira de falar muito sem ter nada a dizer. Entendi porque do muito falar nasce a prosa vã do tolo e me percebi tolo achando que por muito falar e tocar seria ouvido.
Assim troquei (ou fui levado a trocar) as acrobacias espetaculares de um Steve Vai pela simplicidade melódica de um Robert Cray e o discurso religioso pelo Evangelho de Jesus.
Ainda gosto do Steve Vai e de alguns sacerdotes, mas só quando eles falam pouco.
Abandonei arpejos guitarrísticos e tratados teológicos. Vejo mais significado no violão que toco na minha rede enquanto olho para o céu.
A fé (e a música) que eu tenho, tenho para mim. É somente se isso fizer sentido, e na medida em que fizer, que fará sentido para outra pessoa.
Ai o cara perguntou: E esse blog? Não é uma tentativa de fazer sentido para os outros?
É não. Se fosse eu não publicaria quase nada.
O blog é um depósito de coisas que fazem sentido pra mim.
Os meus tratados guitarrísticos e os meus arpejos teológicos foram todos resumidos nisso aqui --> http://goo.gl/BVmeX
Por acaso, faz sentido pra você?
hugo lucena theophilo
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