sábado, 29 de outubro de 2011

Tudo, mas tudo mesmo, é vaidade

Existe um discurso que relativiza tudo e promove conforto repetindo que tudo é vaidade.
Conforto de caminhar tranquilo, sem incômodo e imune a tudo, inclusive ao aprendizado.
Tudo é vaidade, é verdade. Mas tudo mesmo! Inclusive dizer que tudo é vaidade pra relativizar o que me tira da zona de conforto. Inclusive dizer que tudo é vaidade pra relativizar outros discursos a fim de manter o meu.

Fosse íntegro, tal discurso teria existência curta. Só seria pronunciado uma vez e calaria para sempre. Afinal, se nada tem sentido, que sentido faria ficar repetindo que nada tem sentido?

Conheci um cara que vivia no inferno...onde tudo era mentira. Onde a mentira (imposta, repetida e veiculada à exaustão) tornava-se verdade e virava história.

Lá, nesse inferno, ele se enxergou morto e clamou por verdade.

Mas o que é verdade? Pergunta sem sentido para o meu amigo.

Quem clama por verdade sabe o que ela é! Quem tem fome sabe o que é pão. Quem tem sede sabe o que é agua.

Pois bem, eu vivo cercado de mentira, por isso não simpatizo com o discurso relativizante que pergunta "o que é verdade?"

Esse discurso mantém as coisas como estão.


hugo theophilo

"Cada um de nós, e cada um dos grupos em cujo seio vivemos e trabalhamos, deve se tornar o protótipo da era que desejamos criar." - Ivan Illich


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