terça-feira, 9 de abril de 2013

Três porquinhos às avessas


Era uma vez três porquinhos: Prático, Heitor e Cícero (Ciço). Certo dia decidiram sair da casa da mãe em busca do sonho da casa própria. Prático tratou de fazer curso técnico, virou especialista em coisa nenhuma e foi embora para a cidade grande onde arranjou o emprego necessário para financiar uma casa de tijolo e cimento a ser paga em 20 anos. Prático mesmo, ele. Conheceu o sucesso rápido! Heitor, impregnado da ética/estética colonizadora e galanteador que era, casou-se com uma rica empresária da cidade e foi morar numa casa de madeira em estilo colonial. Ciço, tido por preguiçoso, nunca fora bom na escola. Perdera a infância jogando bola, tomando banho de açude, soltando pipa, subindo em árvore e construindo os próprios brinquedos e armadilhas que usava pra pegar preá. Sem conseguir emprego na cidade, mas de posse de tanta habilidade, rápido voltou, fez uma casa de taipa no terreno dos fundos e foi cuidar da lavoura da mãe recém-falecida. Heitor e Prático viviam bem na cidade grande, felizes e ocupados, até que sobreveio o Colapso sob a forma de desemprego e bateu primeiro à porta de Prático. Esse teve a casa confiscada pelo banco e foi se esconder na casa de Heitor.  E o Colapso bateu à porta de Heitor, que com o casamento abalado pela crise financeira e pela presença onerosa do irmão, viu-se obrigado a fugir de volta para o interior, perdendo a esposa e a casa. Assim, os dois irmãos foram se esconder na casa de Ciço, o preguiçoso...

Continua aqui....


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hugo lucena theophilo
http://hugotheophilo.blogspot.com
"Cada um de nós, e cada um dos grupos em cujo seio vivemos e trabalhamos, deve se tornar o protótipo da era que desejamos criar." - Ivan Illich


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