Nando Reis - Um ateu de Deus

A religião oferece todo dia mentira e espinho. A mentira que faz o indivíduo assumir o que não é, e o espinho que é sustentar essa vida, enganado e enlouquecido pela dor da culpa de não conseguir ser o que a religião impõe.

A religião, sua mentira e seu espinho.
A religião, sua mentira e teu espinho.

Quem, com um mínimo de sensatez, não enxerga que o medo do inferno é a base de todo argumento da religião?

Livra-se da religião quem não enxerga mais o inferno que o atraiu, despede-se dos "cegos do castelo" e vai... a pé até encontrar um caminho, um lugar.

Não enxergo mais o inferno dos cegos do castelo, deles me despeço e vou, sabendo que "lugar" é no Caminho!

No Caminho, dormir deixa de ser um estado permanente da consciência pois agora os olhos abertos enxergam o Sol que os esquenta e na testa se anuncia a pé a fé. Na testa a fé é anunciada a pé, e devagar foge o destino do azar...

Ruptura com o castelo? Sim!

Mas se você puder me olhar fora dele
Se você quiser me achar
Se você trouxer o seu lar eu cuidarei dele
Eu vou cuidar do seu jardim
Eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar do seu jantar; do céu e do mar e de você e de mim!

Mas nEle que é o Caminho. Porque ao castelo se serve, mas no Caminho se serve!

hugo


Os cegos do Castelo

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou
Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou
E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim

(Nando Reis)

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