quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A casa sobre a areia e o teste brabo de realidade

O cara andava justificado pelo que lhe faziam de ruim: "se fulano não tivesse feito aquilo eu não teria feito isso!". Passou a desejar o mal dos que lhe acusavam e a odiar seus inimigos até que ficou igual a eles! Pagou tudo na mesma moeda. Cantava aquela musiquinha "...só vou gostar de quem gosta de mim...".  Alimentou tanto um desejo de reconhecimento das suas virtudes que os seus atos de caridade eram movidos não pela agonia e necessidade dos que tinham fome ou sede, mas pela própria agonia e necessidade de ser visto fazendo caridade. Limitou-se tanto à realidade tátil, à materialidade, ao que se pesa e se mede que toda a sua alegria consistia em ter, e toda a sua angústia consistia na possibilidade de não ter. Fechou-se tanto para a possibilidade de estar enganado que assumiu a posição de caçador de enganos alheios. Na hora da dúvida era simples: decidia pelo mais fácil e mais cômodo, pelo que não lhe alterava. Não abria mão da sua vontade pelo bem de ninguém. Aliás, ele nem sabia que a sua vontade poderia ser contrária ao bem de outros! Esse papo de que o maior é o menor, de que bem-aventurados são os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração, os pacificadores, os que sofrem perseguição por causa da justiça... é coisa que nunca entrou na cabeça dele! Preferia os gurus da Auto-Ajuda, "Poder Sem Limites", "Desperte o Gigante Interior". 

Ele era assim... e no primeiro teste sério de realidade ele desabou.

Por quê?

Uma casa construída sobre a areia não resiste a um teste brabo de realidade!

Quem se resume às exterioridades a elas fica sujeito.

É assim que leio o sermão do monte!

O problema é que, por causa dos cristãos, a gente se fechou para a mensagem de Jesus.

Mas faça um bem para você: não acredite no cristianismo! O cristianismo é um monstro de muuuuuuuitas cabeças, cada uma tentando engolir as outras, cada uma tentando ser a única!

Veja você mesmo!

De um lado a religião cristã pratica intolerância e exclusão, de outro lado Jesus andava com prostitutas e disse que elas entram no Reino antes de alguns religiosos.

Alguns vão me acusar de fazer apologia à prostituição.

Que acusem Jesus...de novo!
--
no Caminho,


hugo
05/01/09
07:51
Estação Fortaleza
http://caminhofortaleza.blogspot.com


3 comentários:

René 10 de fevereiro de 2011 às 07:55  

Maravilhoso!!

Postei lá, tá?

Abração e Paz!

Paulo Renato 10 de fevereiro de 2011 às 10:48  

"Quem se resume às exterioridades a elas fica sujeito" Hugão, seremos acusados de muitas coisas, só não dá para achar que nosso nome e reputação pode estar acima da vida, nunca será e estará acima da vida, conversei ontem com uma grande amiga que está amargando os olhares da serpente chamada instituição, só porque cometeu um erro, a casinha de barro tão defendida começou a desabar sobre ela, pois para os tais cristãos errar seria humano se humanos fossem. Que a graça nos corrija em amor e sensibilidade.

João Carlos 10 de fevereiro de 2011 às 15:13  

Hugo, comentei lá no René e comento aqui também!

Excelente texto, super claro. Não sei onde foi possível encontrar outras interpretações senão a sua original.

Como costumo dizer: Estou de saco cheio de ser chamado evangélico.

Quero ser mais e mais parecido com Ele, meu amado Senhor, e menos contado com os religiosos de plantão...

Um grade abraço e - caso queira - dê uma passadinha lá no meu humilde blog...

superjotablog.blogspot.com 9não vá se assustar, rsrs)

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