quinta-feira, 8 de julho de 2010

Porque o Caminho da Graça não existe

Quando um homem se gaba de não pertencer à igreja católica, nem à evangélica, mas ao caminho da graça (pensando ser isso muito), então ele devotou-se ao tipo eclesiástico. Este homem tem prazer na distinção da cristandade que ele conhece.

A ânsia e desejo de ser do caminho da graça, antes de ser simplesmente discípulo de Jesus, indica um modo de pensamento que, em muitos, tornou-se totalmente crônico!

O caminho da graça é o último no mundo a ser beneficiado pelo interesse desse homem religioso, que ama os modos do caminho da graça porque eles são os modos do caminho da graça. Ora, o caminho da graça tem demonstrado grande aversão por qualquer modo que se impõe como possuidor de um significado religioso em si mesmo. O caminho da graça não tem compromisso com modos, ao contrário, tem rompido com eles de forma clara e sem misericórdia! E sequer a falta de modo é o modo do caminho da graça.

Outro motivo que faz um homem se considerar devoto do caminho da graça é: o interesse por certas idéias ou a afinidade a certos pensamentos. Talvez ele tenha prazer na rejeição e descrédito que os do caminho têm por toda justiça humana (p/ citar uma idéia).

Tudo isso, se não somos mundanos o bastante para confundi-lo com "riqueza", sugere desordem e deve despertar séria desconfiança de que algo está errado. Afinal a Igreja (e portanto o caminho da graça) não nasceu nesse panteão de idéias. E a Igreja (e portanto o caminho da graça) não vive sobre idéias e muito menos sobre verdades. A Igreja (e portanto o caminho da graça) vive sobre a Verdade! E a Verdade é Deus, não o pensamento sobre Deus. O que nos torna cristãos não é o prazer que encontramos em certos aspectos da verdade, mas o reconhecimento de uma Verdade. O reconhecimento daquela Palavra de Deus que deve prevalecer mesmo contra os nossos ideais.

Há ainda aquele que faz parte do caminho da graça por ser fascinado pela personalidade dos membros em evidência. Fascinado não apenas pelo caráter desses homens, suas vidas de esforço e sofrimento, mas principalmente fascinado pela devoção da fé deles! Contudo deve-se ter uma preocupação aqui: as confissões de fé em nosso meio, em evidente contraste com a confissão de fé no meio religioso, não fazem absolutamente nenhum apelo à autoridade de Caio, Brega, Marcelo, Chico, Ivo...

O mérito desses homens repousa na sua capacidade de manter o portão definitivamente fechado contra toda grandiosidade humana, especialmente a sua!

Isso ai é Karl Barth que eu contextualizei só p/ dizer uma coisa:

Se você é do caminho da graça por alguns desses motivos, então leia o Caio dizendo que "o caminho da graça não existe!" --> http://tinyurl.com/23h376m


hugo

24/07/09
14:19


2 comentários:

Wilson Costa,  8 de julho de 2010 às 18:31  

Caro Hugo, não sou do Caminho da Graça, mas creio que fui alcançado com a Graça que conduz ao Caminho. Sou confrontado profundamente com os comentários de alguns irmãos que voce citou, incluo voce, e muitos outros. Perdoe-me se uso muito este termo "confrontado". Mas é o unico que define quando sou desmatelado nas minhas frágeis convicções, e permitem que minha alma, perceba intensamente a presença de Deus.
Este texto com certeza, atinge o cerne dos pensamentos de muitos que hoje estão caminhando, mas escudados na falta de uma identidade própria em relação ao Reino.
Ter o Caminho como alternativa, é temerário, pois a alternativa pode se tornar um descaminho. As experiências negativas que muitos dos insatisfeitos, que hoje estão estacionados no Caminho, também as terão no próprio Caminho, a não ser que Deus tenha desistido delas.
Mano véi...quando voce diz:...interesse por certas idéias ou a afinidade a certos pensamentos...talvez ele tenha prazer na rejeição e descrédito que os do Caminho têm por toda justiça humana...Bingo! Aqui está o poste ídolo da contra-revolução. Muitos estão a margem do que realmente está acontecendo dentro das igrejas tradicionais, digo aquelas cujas doutrinas são fundamentadas em Cristo. Em momento algum quando estavam nelas, exalaram espiritualidade ou idéias com profundidade que produzissem encanto da Graça nos seus irmaos.
Mas ainda sim, considero que o homem quando é servo livre, deva corajosamente procurar o Caminho,a Graça vai conduzi-lo. Sabendo que o tratamento que ficou para trás vai continuar onde quer que ele esteja estacionado.
Veremos então, a qualidade do material da sua estrutura espiritual, quando for provado no ouro passado no fogo. Ap.3.18
Deus da Graça te abençoe, abundantemente.
Somos do Senhor.

René 10 de julho de 2010 às 13:26  

Amado Hugo,

Entendo que você está falando de rótulos, aqui. E me parecem os mesmos rótulos contra os quais Paulo lutou na primitiva igreja de Corinto. Naquela época, as pessoas estavam tomando partido de Fulano, ou de Beltrano, baseadas na personalidade e na autoridade desses sujeitos. Era o princípio da religião, que Paulo rechaçou de imediato e com veemência.

O tempo passa, o conhecimento científico e tecnológico aumenta, e o homem não muda.

O homem conforme Adão, continua natural, como Caim, que achou ser suficiente buscar a Deus através da religiosidade.

O homem conforme Jesus, continua espiritual, como Abel, que encontrou a única forma de se chegar a Deus: através do sacrifício do Cordeiro.

Grande abraço e Paz!

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