Emil Brunner - Sobre a razão
A razão se recusa a reconhecer que pode haver qualquer coisa de novo que ela não tem o direito de julgamento; ou, para usar mais uma vez a metáfora dos círculos, o homem não crê que seu próprio círculo não é o círculo final (...) Se o círculo humano é final e mais alto, então de fato nossa razão, que é a essência de nossa humanidade, deve ser a corte de último apelo. Então o homem é a medida de todas as coisas. Então a intensidade do homem contém o divino e a consciência de sua espiritualidade constitui revelação. Aqui assenta-se a causa real do antagonismo do homem à fé. Ele (antagonismo) significa, nada mais nada menos do que nossa recusa em abdicar o trono de nossa autonomia. Não cremos na revelação porque não queremos ser humilhados. Não queremos crer que a verdade final não está em nós e que ela deve vir para nós num evento histórico externo, singular. O último reduto do inimigo da fé não é a ciência; muitos dos mais renomados homens de ciência têm guardado a fé; nem é a pesquisa histórica; muitos críticos não a tem perdido. Nem é uma escrupulosa inquirição crítica se o sobrenatural pode ou não ser meramente um irracional; muitos dos mais brilhantes pensadores tem dado a si mesmos o tal criticismo e ainda crêem. O inimigo não vem da razão como tal; mas é nascido de nossa reivindicação que a razão é a medida de toda verdade. A fonte do antagonismo contra a fé é o orgulho da razão (...) Nossa razão infelizmente não é pura razão. Se fosse, devotaria a si mesma voluntariamente à revelação de Deus. Mas nenhum de nós pode dizer isto de si mesmo. Todos levamos dentro de nossa razão a reivindicação que nada permitimos ser tomado por verdade exceto o que está aberto para razão e a razão declara válido. Nossa razão está deteriorada pelo racionalismo.
Emil Brunner
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