terça-feira, 16 de novembro de 2010

Do sofrer os defeitos dos outros *

"Por pouco acusamos o próximo, e por muito nos escusamos; queremos vender muito caro e comprar bem barato; queremos que se faça justiça na casa do outro, e misericórdia e conivência na nossa casa; queremos que nossas palavras sejam tomadas em bom sentido, e somos melindrosos e exageradamente sensíveis às palavras do outro...Queremos nossos direitos cumpridos à risca, e que os outros sejam corteses na exação (cobrança) dos deles; quardamos rigorosamente nossa posição, e queremos que os outros sejam humildes e condescendentes; nós nos queixamos facilmente do próximo, e não queremos que ninguém se queixe de nós; o que fazemos pelo outro sempre nos parece muito, e o que ele faz por nós nos parece ser nada. Resumindo, nós somos como as perdizes da Paflagônia que têm dois corações, pois temos um coração doce, afável e cortês para conosco e um coração duro, severo e rigoroso para com o próximo. Temos dois pesos: um para pesar nossas comodidades com a maior vantagem que podemos, e o outro para pesar as do próximo com a maior desvantagem possível.

Filotéia, sê igual e justa em tuas ações. Coloca-te sempre no lugar do próximo, e coloca-o em teu lugar, e assim julgarás bem; torna-te vendedora ao comprar e compradora ao vender, assim venderás e comprarás justamente."

São Francisco de Sales

* Título de um capítulo de "Imitação de Cristo" de Tomás de Kempis


1 comentários:

René 21 de novembro de 2010 às 14:30  

Em outras palavras, somos vaidade de vaidades!

A solução apontada é ótima, mas dolorooosaa...!!!

Paz!

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