domingo, 30 de janeiro de 2011

Barth e a Igreja que tropeça em Jesus

    Os mais evidentes erros humanos que a Igreja cometer, suas transgressões, sua superficialidade e sua indolência, seu bem-estar mundano e sua ingenuidade, sua inútil humildade e seu igualmente inútil orgulho, seu importuno zelo teórico nas coisas minúsculas pelas quais não vale a pena mover um dedo sequer e também sua igualmente importuna indiferença e irresoluta tranquilidade em questões fundamentais, nada disto nem tudo mais que se puder dizer contra a Igreja a condenaria se ela mesma não se condenasse ao rejeitar o julgamento que pesa sobre todos os homens, como tais, desde antes de haverem pecado ou transgredido.
    Se a igreja se conduzisse sempre submissa a esse julgamento, encontrando sua justificação no fato de não buscá-la senão nesse mesmo julgamento; se a Igreja cresse na pedra de tropeço e escândalo e não a tivesse por escândalo e tropeço então, em todos seus erros e transgressões ela seria a Igreja de Deus. Todavia, a Igreja "triunfante", a Igreja atualizada, moderna, popular, que satisfaz todas as exigências dos homens, a Igreja que a despeito de todo ridículo é sempre altiva; a Igreja que sabe passar maciamente como o mercúrio que se escoa; que sempre procura e encontra saídas, tal Igreja - Igreja de "vida eclesiástica" - não pode ter nem terá bom êxito, ainda que tudo faça com o mais sincero zelo para se livrar do erro e da transgressão.
    Com ou sem erros tal Igreja nunca jamais será a Igreja de Deus porque ela não conhece o que seja ARREPENDIMENTO.

Karl Barth aos "Romanos" pg 571

Obs: negrito e sublinhado são culpa minha

hugo


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