quinta-feira, 28 de abril de 2011

É Deus iníquo?

...não é inevitável que do mais alto e mais destemido pináculo da fé humana sempre e sempre ressoe de novo a estulta pergunta, se Deus não seria, ele próprio, iníquo? Se ele não seria um demônio malévolo e caprichoso que nos faz parvos, a todos, um perturbador das normas da justiça a que ele próprio deveria estar sujeito?
    Há algo mais revoltante aos homens do que esta postestade, majestosamente misteriosa, inescrutável, inacessível, intocável, que só ela é livre, só ela poderosa? Não estaríamos todos inclinados a clamar espontaneamente que semelhante ENTE não pode, não deve ser Deus?
    É certo que a Igreja não compreenderá sua tribulação e não poderá transformar-se enquanto a ameaça dessa interrogação, dessa queixa e dessa acusação não for entendida em sua inteireza.

Karl Barth aos "romanos" pg 540


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