Ivan Illich, André Gorz e um mistério
No verão seguinte, recebemos com o maior interesse o texto preparatótio de um seminário do qual umas vintes pessoas deveriam participar, em Cuernavaca, no México. Não sei como Jean Daniel obteve esse texto. Ele me pediu que o resumisse para a revista. O título provisório era "Retooling Society". Começava afirmando que a busca do crescimento econômico iria provocar catástrofes múltiplas. Havia ali como que um eco do pensamento de Jacques Ellul e de Günter Anders: a expansão das indústrias transforma a sociedade em uma gigantesca máquina que, em vez de libertar os humanos, restringe seu espaço de autonomia e determina com e quais objetivos eles devem perseguir. Nós nos tornamos os serviçais dessa megamáquina. A produção não está mais ao nosso serviço, nós é que estamos a serviço da produção. E em razão da profissionalização simultânea dos serviços de todos os tipos, tornamo-nos incapazes de cuidar de nós mesmos, de autodeterminar as nossas necessidades e de satifazê-las por nossa conta: dependemos, para tudo, de "profissões incapacitantes".
Discutimos esse texto durante as nossas férias de verão. Estava assinado por Ivan Illich.
André Gorz em "Carta a D. - História de um amor"
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Sexta-feira fui na casa da minha irmã mais nova. Não sabia que encontraria a minha outra irmã. E não sabia que ela estava dando seus livros. E não sabia que entre eles tinha esse livro do André Gorz. E não sabia que ele citava o Ivan Illich. A única coisa que eu sabia era que eu estava lendo "A convivencialidade" do Illich e perei justamente ler esse livro do André Gorz!
Eita mistério grande! rsrs
hugo
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