Despolarizando o perito na lei
O perito na lei é a religião. O homem polarizado precisando saber quem é o outro a fim de conseguir fazer algo para si: herdar a vida eterna. "Quem é o meu próximo para que eu possa amá-lo e, assim, ter a vida eterna?"
Como veremos, enquanto houver polarização haverá tentativa enganada de auto-afirmação. Qualquer fazer será para si mesmo (caridade, jejum, oração), e o próximo será só um segundo eu, um objeto do amor de si mesmo. Daí a necessidade de saber quem ele é, pois o amor de si só ama os seus: "Mas quem é o meu próximo?".
A misericórdia do samaritano é a superação da polarização: "Vai e faz o mesmo". Em outras palavras, a misericórdia é a justiça a ser adotada em contraposição à justiça dos Fariseus, que "...em muito deve ser excedida". Ou ainda, a misericórdia é a vontade de Deus.
Misericórdia.
Vai e faz o mesmo.
Assim o fazer deixa de ser polarizado, deixa de ser para si e passa a ser para o próximo, e não há necessidade de saber quem ele é. Porque próximo não é ninguém que se deva procurar. Próximo é quem se aproxima: "Aquele que usou de misericórdia...". O próximo foi o samaritano!
Com a parábola, Jesus desmantela a mentalidade do perito na lei (religião), que busca um fazer para si mesmo e acha dificuldade em reconhecer o próximo (o objeto do amor de si fora de si).
Como resposta ouve o que não espera: que o fazer não é para si e que o próximo não é ninguém, mas ele mesmo.
Mais uma vez o saber do conhecimento do bem e do mal é superado pela Vida.
No Caminho, que é Árvore da Vida.
hugo
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