terça-feira, 18 de março de 2014

A casa

Quando queixam-se das coisas de casa é porque a casa virou fardo, prisão, impedimento para a liberdade que se alcança fora, no mercado. Liberdade ai é não estar preso a esse confinamento chamado casa! Eternamente carentes e inevitavelmente enfraquecidos, esses nada produzem. Resta-lhes a felicidade que consome. Ai o auge da ética é o tal consumo responsável! De outro lado há os que percebem que a prisão é o fora, que o fardo é não poder estar em casa aprendendo a fazer dela um lugar forte, um pouco mais emancipado e imune à tirania do fora, do mercado, do dinheiro. A esses restam todas as tentativas de criarem o espaço onde querem pisar. Resta-lhes a boa aventura que é aprender a produzir a própria vida; a satisfação que enxerga o fruto do trabalho perto. A esses resta a alegria que aumenta a força de existir. Resta trabalhar para viver, não para esperar o fim da vida. Trabalhar para viver, não para morrer.

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hugo lucena theophilo
http://hugotheophilo.blogspot.com
"Cada um de nós, e cada um dos grupos em cujo seio vivemos e trabalhamos, deve se tornar o protótipo da era que desejamos criar." - Ivan Illich


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